domingo, 31 de março de 2013

"Eu quero passar..."


 
 
 
 
"Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o freio,
um dia, um feio inventou a moda,
e toda roda amou o feio"

Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

Pra elevar minhas idéias não preciso de incenso
Eu existo porque penso
tenso por isso existo
São sete as chagas de cristo
São muitos os meus pecados
Satanás condecorado
na tv tem um programa
Nunca mais a velha chama
Nunca mais o céu do lado
Disneylândia eldorado
Vamos nós dançar na lama
Bye bye adeus Gene Kelly
Como santo me revele
como sinto como passo
Carne viva atrás da pele
aqui vive-se à míngua
Não tenho papas na língua
Não trago padres na alma
Minha pátria é minha íngua
Me conheço como a palma
da platéia calorosa
Eu vi o calo na rosa
eu vi a ferida aberta
Eu tenho a palavra certa
pra doutor não reclamar
Mas a minha mente boquiaberta
Precisa mesmo deserta
Aprender aprender a soletrar

Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

Não me diga que me ama
Não me queira não me afague
Sentimento pegue e pague
emoção compre em tablete
Mastigue como chiclete
jogue fora na sarjeta
Compre um lote do futuro
cheque para trinta dias
Nosso plano de seguro
cobre a sua carência
Eu perdi o paraíso
mas ganhei inteligência
Demência, felicidade,
propriedade privada
Não se prive não se prove
Dont't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado

Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

O inferno é escuro
não tem água encanada
Não tem porta não tem muro
Não tem porteiro na entrada
E o céu será divino
confortável condomínio
Com anjos cantando hosanas
nas alturas nas alturas
Onde tudo é nobre
e tudo tem nome
Onde os cães só latem
Pra enxotar a fome
Todo mundo quer quer
Quer subir na vida
Se subir ladeira espere a descida
Se na hora "h"o elevador parar
No vigésimo quinto andar
der aquele enguiço
Sempre vai haver uma escada de serviço

Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

Todo mundo sabe tudo todo mundo fala
Mas a língua do mudo ninguém quer estudá-la
Quem não quer suar camisa não carrega mala
Revólver que ninguém usa não dispara bala
Casa grande faz fuxico quem leva fama é a senzala
Pra chegar na minha cama tem que passar pela sala
Quem não sabe dá bandeira quem sabe que sabia cala
Liga aí porta-bandeira não é mestre-sala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala

Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor



*

quinta-feira, 28 de março de 2013

Fagulha de um amor perfeito, o teu.


Mas não é menos verdade que mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade”.

Gaston Bachelard


 
Gêmeos - Grafite sobre papel/ arte digital



Fagulha de um amor perfeito, o teu.

Exageradamente lindo, demasiadamente admirável, irremediavelmente perfeito. O amor perfeito, a confusão do torto que se manifesta no pobre diabo, deleta suas profecias, arrebata a razão e cozinha fazendo de papa o cardiopata social, deixando dissimulado aos olhos do enamorado o fio do primoroso platonismo. Pedinchando um pouco da atenção, se arrasta feito lesma, espera notícias, implora respostas. Magoa-se, refaz-se, torna magoar-se e das pancadas tira seu sustento. Lamento, restando um pouco da dignidade tenta o desdenhe, temendo o afastamento completo, provoca contato. O corpo falha abranda, a mente afrouxa, o peito se fecha, sem resposta segue. Ou cada fagulha se torna uma esperança, ou cada ausência torna-se farpa, amarga, pungente. Segue, porém, fica. Até que um dia, vencido, renuncia, por amor. Sempre por amor, o teu.
 
Aspas para citações que não lhes pertence, apenas para elas ou para referências suas dentro de um determinado tempo e contexto. Aspas para identificar que não é você, que não são suas as palavras, frases ou textos. Aspas, para não ser você!

O que nos difere, então, seriam aspas?
 
 
'" Somos sempre um entre aspas", como diria Picasso'!
"Você ? Você é um olho com uma cor bem exótica.
Poderia ser só um olho, mas um olho só observa...
E um olho com uma cor bem exótica além de observar, também é admirado."
 
JL
 
 
 
 
 
 
 

 

Longa em animação - Thor & Loki: Irmãos de Sangue!


Quatro episódios de uma animação cheeeeia de drama e mitologia!


























"Inspirada pela aclamada graphic novel "Loki", escrita por Robert Rodi e ilustrada por Esad Ribic, a Marvel Knights lançou esta animação arrasadora dividida em quatro episódios."















Lee, Spike Lee - Gênio do cinema contemporâneo









Cineasta, escritor, produtor, roteirista e ator, nascido em 20 de março de 1957 em Atlanta, Sul dos E.U.A, época de preconceito racial dos bravos, mudou-se com sua família quando tinha três anos para o Brooklyn, o bom e tradicional bairro dos negros americanos. Lá a sua consciência social e racial foi formada e, suas vivências e referências foram traduzidas anos depois em seus filmes. Com a temática racial abriu as portas através de Hollywood para uma conscientização sobre os problemas sociais e raciais do país.

Spike conseguiu reproduzir com maior fidelidade a sua visão do cotidiano das minorias nos EUA, inconformado com a maneira estereotipada que os negros e pobres foram retratado nas telas, a maioria de seus trabalhos tem como tema o racismo, porém, trabalha diferentemente de tudo o que se viu até então no cinema, ao mostrar toda a complexidade dos guetos norte-americanos, não apenas os negros, mas os latinos, orientais, mestiços, etc. Desconstruiu as conceituações formadas, quebrou paradigmas, abrangeu com diversidade as etnias e igualou as diferenças sociais em seus filmes criados em torno desses temas, e combateu a intolerância racial e social de maneira inteligente e artística.

Lee é ganhador de vários filmes, conceituado em todo o mundo e conhecido por sua coragem em suas abordagens cinematográficas. Um homem negro, que veio de origem humilde, venceu com o incentivo de sua família e a inteligência que possuía era a sua maior arma, escrevia, produzia, era roteirista e também ator em seus filmes.  Um nome para se ter como referência!

Me lembro que, Spike Lee esteve no Brasil, esteve em Salvador inclusive filmando um documentário sobre as questões raciais no Brasil, link!

Ah, apesar de, eu ter usado o tempo do texto no passado, Spike Lee está bem vivo. Bom para o cinema no mundo!!!


Eu escolhi dois dos filmes mais importantes na carreira de Lee para mostrar com mais detalhes, "Mais e Melhores Blues" e "Febre da Selva". Esse primeiro vídeo resume bem o primeiro filme citado.
 



Preparados? Se tiver criança perto, manda sair! Sinal vermelho.




Febre da Selva é um dos filmes de Spike que mais revolucionou o cinema no mundo ao falar de uma relação inter-racial. Um homem negro e uma mulher branca vivendo um amor em uma época cheia de separações e intolerância racial. Gosto!

Mais uma vez, tirem as  crianças de perto, dois sinais vermelhos, para esse trailer!!!






Seus Filmes, para quem quiser fazer buscas de suas obras:

2013 - Oldboy (remake)
2012 - Michael Jackson - Bad 25
2012 - Go Brazil Go!
2012 - Verão em Red Hook

2009 - Miracle at St. Anna
2006 - O Plano Perfeito

2005 - Crianças Invisíveis (All the invisible children)
2005 - Jesus children of América

2005 - Miracle's boys (TV)

2004 - Sucker Free City (TV)
2004 - Elas me Odeiam, Mas me Querem (She hate me)
2002 - A Última Noite

2002 - Ten minutes older: The trumpet

2002 - Jim Brown all American
2001 - Come rain or come shine

2001 - The Concert for New York City (TV)
2001 - A Huey P. Newton Story (TV)
2000 - A Hora do Show (Bamboozled)

2000 - The Original Kings of Comedy
1999 - O Verão de Sam

1998 - Freak (TV)

1998 - Jogada Decisiva
1997 - 4 Little Girls (Documentário)

1996 - Todos a Bordo

1996 - The fine art of separating people from their money
1996 - Garota 6

1995 - Lumière et Compagnie

1995 - Irmãos de Sangue

1994 - Uma Família de Pernas pro Ar
1992 - Malcolm X (filme)

1991 - Febre da Selva
1990 - Mais e Melhores Blues

1989 - Faça a Coisa Certa

1988 - Lute Pela Coisa Certa
1986 - Ela quer tudo (She's Gotta Have It)

1983 - Joe's Bed-Stuy Barbershop: We Cut Heads

1981 - Sarah (filme)
1980 - The answer

1977 - Last hustle in Brooklyn



E para comprovar, uma lista de prêmios e nomeações recebidas pelo cineasta:
Nomeação ao Oscar de Melhor Documentário, por "4 Little Girls" (1997).Nomeação ao Oscar de Melhor Argumento Original, por "Do the Right Thing" (1989).Nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Realizador, por "Do the Right Thing" (1989).Nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Argumento, por "Do the Right Thing" (1989).
Menção Especial no Festival de Berlim, por "Get on the Bus" (1996).
Menção Especial do Júri Ecumênico no Festival de Cannes, por "Jungle Forever" (1991).
Prémio Cinema Jovem no Festival de Cannes, por "She's Gotta Have It" (1986).
Independent Spirit Award de Melhor Filme, por "She's Gotta Have It" (1986).
Nomeação ao Independent Spirit Award de Melhor Filme, por "Jogo Limpo" (2000).
Prêmio Ernest Artaria, por "Joe's Bed-Stuy Barbershop: We Cut Heads" (1983).
Nomeação ao Emmy Especial de Media Não-Ficção, por "4 Little Girls" (1997).
Satélite de Ouro de Melhor Documentário, por "4 Little Girls" (1997).
Nomeação ao Prêmio da International Documentary Association, por "4 Little Girls" (1997).
Prêmio de Mérito, na Classe Drama, no Student Academy Awards, por "Joe's Bed-Stuy Barbershop: We Cut Heads" (1983).
Prêmio Maverick Tribute, no Cinequest San Jose Festival.
Duas nomeações ao Prêmio Filme Negro de Melhor Realizador, por "Jogada Decisiva" (1998) e "4 Little Girls" (1997).
Nomeação ao Prêmio Filme Negro de Melhor Argumento, por "He Got Game" (1998).

 

 



Para quem quiser um contato maior e mais referências, clique aqui!






terça-feira, 26 de março de 2013

BOA MÚSICA - Negra Li, linda, delicada, forte, feminina!


 
Então... Música brasileira e todas as boas influências da Black Music, sem perder as referências da música nacional.

Negra Li, linda, delicada, forte, feminina!
"Guerreiro é assim, corre atrás representa..."






"Neste programa Fernando Faro recebe a cantora Negra Li. Ela fala das músicas que ouvia quando criança e que cantava na Igreja - lembra trecho. O início da sua carreira foi em 1996 em um grupo de Rap e logo depois passou a fazer parte de RZO (Rapaziada Zona Oeste). Li fala da regravação da música de Marisa Monte, das influências de Tim Maia, Cassiano e Sandra de Sá, música black americana. Em 2004 participou do filme Antonia, ela comenta a paixão em ser atriz e qua atualmente está fazendo teatro infantil. Ela ainda fala das composições de Sergio Brito, da música que gravou em formato de Jazz, fala de Walter Alfaiate e de quando cantou 'Jura' com ele."

ESTÔMAGO - Cinema brasileiro



A minha indicação dessa semana é esse filme brasileiro, é um dos que eu tenho predileção dentre os filmes nacionais. Estômago, um filmão que, mistura gastronomia, humor, sexo e violência, tudo o que geralmente se encontra nos filmes nacionais só que trazido de uma forma diferente e bem inteligente, dentro da realidade brasileira. São quase 2 horas de filme, mas é tão fluido que parece ter menos tempo, "rapidin". 


Para quem me pediu mais um, está aí. Adoro esse filme, indico com satisfação, espero que gostem. Bom filme!







Sinopse

Na vida há os que devoram e os que são devorados. Raimundo Nonato, descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão - o que ele fez para acabar ali? - que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade dos que devoram ou são devorados. Regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte - e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a parte melhor


Elenco

João Miguel ... Nonato
Fabiula Nascimento ... Íria
Babu Santana ... Bujiú
André Luis ... Giovanni
Zeca Cenovicz ... Zulmiro
Paulo Miklos ... Etectera
Jean Pierre Noher ... Duque
Andrea Fumagalli ... Francesco
Betina Belli ... Dona da Pensão
Luiz Brambila ... Lambari
Ed Canedo ... Travesti
Adriano Carvalhaes ... Suely
Altamar Cezar ... Zé Português
Lui Langz... Cliente da Boite
Syd Correa ... Boquenga
Rodrigo Ferrarini ... Magrão
Lilian Marchiori ... Rita
Pedro Moreira ... Edson
Helder Silva ... Sequestro
Marcel Szymanski ... Valtão
Tino Viana ... Guentaí
Marco Zenni ... Vagnão

Quem quiser saber mais sobre o filme, clique aqui!




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segunda-feira, 25 de março de 2013

Assim...

Eu sinto o efeito que é do afeto
Dei o meu conceito sobre que tá correto
Uns querem bens
Outros divide teto
Quer viajar de leito
Enquanto eu quero tá perto
Observo não, me vejo um objeto
Que posso ser usada assim, então me entrego
O pior que o meu jeito é um pouco de verso
Eu fico assim iluminada nem me enxergo
Com você perto de mim
Não tem papo
Eu quero a vida inteira assim
E não tem papo e não nego
Basta eu te encontra
eu, você e o universo
Pra manter nosso clima
Assim tão direto
Seu perfume é um sopro
Presença de afeto
É tão louco
Contato é tão pouco
Me inspira a escrever versos
Quando você parte leva junto a minha paz
Machuca o coração
Pensa que a gente pode
Não se ver mais
Não se ter mais
Me diz como faz
Pra te ter mais
Deita na minha cama acende o green
Da um beijo em mim
Cê fica bonitin
Assim sem pose
E sem medin vem comigo pretin

Não para de me olhar assim
Quando a noite começa
Eu desconheço o fim
Quando você me abraça
Não disfarça o sim
Fica mais doce que cajuzim
Tão docin tipo quindin
Tipo aperta a mão
E machuca dá vontade de banho de chuva
Te chamei para viver uma aventura
Do lado que eu abrace e me sinta segura
Toma aqui um sorvete de uva
Eu quero desfrutar da sua doçura
Vem, preto eu quero ser sua
Ei qualquer hora a gente volta para rua
Se cobri de beijo que tá friozin
Me acorda se eu dormir
Pra te dar um beijin
Sem pensar no que disseram
Sobre o nosso fim
Quando você parte é chegada a parte ruim
Quando você parte leva junto a minha paz
Machuca o coração
Pensa que a gente pode
Não se ver mais
Não se ter mais
Me diz como faz
Pra te ter mais
 
 
 
 Indicação: Iris Mariá
 

Amiga em risos, abraços e poesia-conselhos

Algumas pessoas sentem outras, há quem diga que as mulheres não possam ser amigas, ou que artistas sejam competitivos e invejosos... Amor, amizade, companheirismo e tantas outras coisas boas existem em todos os cantos e áreas da vida, bem como as coisas ruins. Não tenho do que me queixar, pessoas fazem toda a diferença em minha vida.

Post mais que pessoal. O que mais dizer?

<3 Obrigada, Litinha! Amo e ponto!




"Então, voe..."





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sexta-feira, 22 de março de 2013

_____________________________PEDAÇOS




Arde
E pede
Sim, arde
Não me deixe ser diferente do que sou
 
Nem pimenta que, arde e passa
Eu?
Eu fico
Não sei ser pela metade
Quebro
Desajeitada, levo, tropeço
Me perco
Devoro
Sou meu próprio veneno
Meu próprio antídoto
Minha própria insatisfação e prazer
Não culpo
Nem cultuo a culpa
Não cobro
Mas, mordo
 
Arranco pedaços
E sem perceber
Ao morder
O maior pedaço arrancado
Foi o meu

 
 
 
 
 

 

 

 

BOM DIA, ANJOS!


quinta-feira, 21 de março de 2013

HIPERATIVIDADE/ DEFICIT DE ATENÇÃO / DISLEXIA



Para quem desconhece essas ocorrências neurológicas, e que, são mais comuns do que pensamos ser, eu resolvi postar dois vídeos e expor esse problema. Por conhecimento de causa, acredito ser importante de se ater a esses acontecimentos que muitas vezes passam despercebidos, ou pelos pais, pelos professores, e por quem mais sofre quem possui essas ocorrências, o portador do que eu prefiro chamar de DIFICULDADES (a palavra “transtorno” tomou cunho pejorativo).

Eu tenho TDAH da forma mais tranquila e déficit de atenção que em momentos ocasiona a dislexia, Quando criança nos campos das disciplinas exatas eu tinha extrema dificuldade e muita facilidade de conclusão na área as humanas. Fui uma criança muito tranquila, tímida e ainda assim, expressiva e mobilizadora (ativista) no que me interessava. Tinha desligamentos que chegavam a durar horas. Hoje isso se traduz em inquietações e produtividade na escrita e visual, nas artes visuais, com alguns projetos não concluídos e tantos outros que ainda persistentes, perduram incansavelmente.

Há muito preconceito em relação a essas ocorrências neurológicas, e as dificuldades de quem as possuí são das mais catastróficas às mais construtivas, se bem aproveitadas. O déficit de atenção atrelada à hiperatividade libera uma série de acontecimentos que vão desde a impulsividade nas decisões até a desistência de projetos, de objetivos.

As causas mais incidentes são provocadas por herança genética, e nem tudo o que é relatado nos vídeos  acontece de forma plena em cada pessoa. Mas existem inclinações para cada uma apontada dentro dos perfis de cada indivíduo.

Tomar medicamentos nem sempre é a melhor saída, existem alternativas que controlam ou aliviam os sintomas, através de controle por exercícios físicos ou atividades de cunho intelectual (como são chamadas).

Algumas pessoas com essas ocorrências neurológicas geralmente tem dificuldade de se relacionar, nem todas as pessoas entendem suas impulsividades, suas agonias intensificadas, desistência de projetos no qual possui habilidade e desatenção em determinadas situações de relevância. Nada disso está relacionado ao desempenho intelectual de um indivíduo de forma prejudicial, o contrário, aponta-se que famosos e personalidades importantes da ciência, sociologia, filosofia e política do mundo tinha transtornos neurológicos dessa natureza. O que me deixa mais feliz, confesso! Hehe!

Ter consciência dessas ocorrências facilita no autocontrole, na convivência social e nos relacionamentos pessoais. Por tanto, atentem-se aos sintomas (de forma verídica e responsável – sem modismos), para quem possa ter ou quem convive com um portador dos transtornos.

 



A qualidade desse vídeo em mostra não é das melhores, mas em termos de conteúdo é o que melhor  resume as ocorrências. 







*Uma coisa justifica a outra.



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Nota - AMORES FUGAZES NA CONTEMPORANEIDADE II

 






Inevitavelmente eu me enquadro em todas as questões apontadas pelo post abaixo, estou fadada aos mesmos males e benevolências (pois elas também devem existir - resgates), primeiro por viver nessa mesma época, nesse mesmo período contemporâneo, segundo por ser tão humana quanto toda e qualquer pessoa que habite a terra, sendo sujeita a todas as questões de mudança nas relações humanas e buscas individuais. Vivo as mesmas ansiedades e atropelos.

Minhas pesquisas se arrastam por anos (para ser mais precisa, está completando 8 anos), e as relações humanas sempre foram para mim um grande desafio de entendimento. Ainda que eu bem me relacione com as pessoas de um modo geral - com as pessoas e não, com todos os seus feitos.

Sofremos mudanças das mais agudas às mais graves, e observando os mecanismos das mostras artísticas e como as artes (obras) são contadoras de história, pode-se assim perceber o quanto estamos mudados. Todo e qualquer conhecimento teórico, bem como o prático apontam para a mesma direção e, as vielas em que nos encontramos são as apontadas pelo sociólogo Zigmunt Bauman em seus livros “Amor Líquido” e “Modernidade Líquida” de literatura informativa e pertinente. Considero-os livros de necessidade social e educativa.

Não há em mim uma fagulha se quer de crítica pessoal, e em meu post. Há uma preocupação social em um nível universal. As pessoas com as quais eu mantenho contato, as novas amizades e conhecidos, os relatos científicos, as notas informativas, as conversas paralelas, os acontecimentos do dia-a-dia, e até as produções artísticas como na música, cinema, artes visuais e fotografia, reforçam a busca incessante por posses, o distanciamento e dificuldades de relacionamentos em seus diversos gêneros, os “valores” subvertidos das famílias (pela mudança na formação das mesmas e a falta de tempo dos provedores no educar) e tantos outros acontecimentos que, contam de forma muito nítida o caminho da nossa civilização atualmente.

Mais pessoas habitam o mundo, mais pessoas precisam se alimentar, querem suas moradias, confortos, realizações de desejos materiais, as pessoas disputam mais pelo simples fato de ter maior concorrência. Queremos nos informar mais, sair disparado na frente do outro, mostrar potência personalidade nas ações e falas, nos tornamos mais frios e calculistas para saber lidar com a superlotação no mundo e isso vem aumentando a largos passos. Contudo, passamos a uma objetividade maior em nossas buscas pessoais, tornamo-nos quentes, fervorosos, famintos e sedentos sempre por mais, se há uma oferta abundante e a ela nos acostumamos, ela se faz presente.

Entram aí as relações pessoais, as relações que não perduram mais. O quanto nos é oferecido só pode ser diferido pela qualidade, põe-se aí, o risco da perda (o lançar mão da quantidade torna-se confuso e complexo pelo costume e medos de troca pela comodidade do que se habituou e o medo do apego pela qualidade, medo de que ela se vá depois da entrega). A identificação de um em meio a muitos, a tolerância de saber experimentar uma só pessoa sem se perder em muitas. Isso não se restringe ao homem, as mulheres se encontram em pé de igualdade, e isso também não se restringe às relações facilitadas da internet, pois, basta sair de casa e encontrar um mudo de possibilidades fora dela.

Nos diversos gêneros e orientações sexuais, as pessoas buscam seu par, assim como sempre foi e será na vida. O que hoje difere é essa abundância de ofertas por uma falta de objetividade no campo afetivo atrelada ao comportamento individualista que tomamos como sobrevivência e que foi transferida para essas relações amorosas. Isso se dá em todos os níveis e abrangências possíveis, não se referem a especificações, referem-se à raça humana, todos estão fadados a esses acontecimentos e em algum momento, a questionamentos.

Nosso período nos reservou a aceleração global, com todos os “temperos” a ele acumulados dos períodos anteriores. Dentro de tudo isso, os males se formam. Doenças de cunho psicológico têm sido mais frequentes, pesquisadores dizem que as depressões serão as subsequências de doenças da contemporaneidade.

Nota-se já, a tentativa de um resgate de condutas nos campos ético-sociais, educacionais, no campo da própria saúde como preventivo, e sim, no campo pessoal, nas nossas relações humanas. Exemplos como esses, vemos nas manifestações na internet, com frases de busca pelos valores humanos, que me parece ser um ensaio para a vivência a vera de nossas relações pós-saída da frente dos nossos computadores.







Meus estudos ainda são considerados por mim, pequenos, miúdos, ainda sem fundamentos palpáveis para maiores conclusões. Como eu não possuo qualificação específica para arremates científicos, me atenho a dizer que tenho esperança de que, sejamos mais e melhores em nossas relações pessoais. É de meu desejo profundo que, nos percebamos em meio a nós mesmos de maneira generosa e que, possamos perceber uns aos outros também. Assim entender que a QUANTIDADE de oferta do mundo é apenas um ensaio para a QUALIDADE na objetividade.

Qualidade de vida não é quantidade de vida. Afinal, “só se vive uma vez” e, se traduzimos erroneamente essa frase, ainda dá tempo de revê-la (se assim for de nossas vontades).


 

Ricos vazios, pobres insatisfeitos. Pobres felizes, ricos ao valor do que possuem.





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quarta-feira, 20 de março de 2013

AMORES FUGAZES NA CONTEMPORANEIDADE

Minha indicação literária para quem deve e precisa entender as mudanças comportamentais nos relacionamentos, convivências e buscas na contemporaneidade, é o livro "Amor Líquido". O autor é o Sociólogo Zigmunt Bauman. Em uma das minhas pesquisas encontrei esse texto de Roque Carvalho que, explica resumidamente a ocorrência de mecanismo dessas novas relações abordadas no livro de Bauman.


"O polonês e sociólogo Zigmunt Bauman, autor de Sociedade Liquida, é também o autor do livro 'Amor Líquido' - Sobre a Fragilidade das Relações Humanas" (Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2003) de onde tirei os conceitos e extraí citações para estas reflexões.
 
Zigmunt Bauman

A teoria de Bauman é que vivemos um momento em nossa sociedade de que o que é sólido precisa ser tornado liquido para ser digerido. Como temos uma sociedade imediatista, tudo que não se ajusta ao uso instantâneo nem permite que se ponha fim ao esforço, deve ser liquefeito.

A tirania do mercado explica em parte esta característica rarefeita de tudo. Estamos na era do homo consumens . O que caracteriza o consumismo não é acumular bens (quem o faz deve também estar preparado para suportar malas pesadas e casas atulhadas), mas usá-los e descartá-los em seguida a fim de abrir espaço para outros bens e usos. Estar excluído da sociedade de consumo equivale a ser um fracassado, um incompetente. Um consumidor falho fica se utilizando dos mesmos bens, e a utilização repetida o priva da possibilidade de sensações novas e inéditas. Isso os leva ao tédio e à frustração. Ser bem sucedido é conviver com novidades, variedades, e rotatividade.

Entediamos que o relacionamento entre duas pessoas era o de viver juntos e envelhecer juntos, mas foi substituído por ficar juntos. A convivência foi substituída pelos encontros episódicos. O casamento foi substituído pela sucessão de romances com sexo. O divórcio foi substituído pelos CSS – casais semi separados. As amizades foram substituídas pelas salas de chat e as redes, onde se pode conectar e desconectar sem qualquer compromisso, promovendo relações fantasiosas ou profundas protegidas pelo anonimato. Ralph Waldo Emerson acertou ao afirmar que 'quando se é traído pela qualidade, tende-se a buscar desforra na quantidade'.

Daí surge à cultura do aluguel e do descartável (e por isso mesmo mais barato). Nesta sociedade líquida, você não compra, aluga. Comprar implica posse e permanência. Alugar implica rotatividade sem ônus. O descartável pode ser facilmente substituído sem muito prejuízo: vale a relação custo benefício, ou tempo de benefício. No mercado, tudo está ao alcance do cartão de crédito, e a distância entre o desejo e sua satisfação está cada vez mais curta. E, portanto, o descarte cada vez mais rápido.

A experiência sexual e relacional segue o mesmo padrão e raciocínio. Seu parceiro pode abandonar você a qualquer momento, sem o seu consentimento. Pior é para quem é abandonado, rejeitado. A sensação de que se pode ser abandonado, substituído a qualquer momento impede a entrega total, e porque não se entrega totalmente, o amante parcial vive com a constante sensação de que está vivendo um equívoco, ou que está esquecendo algo, ou deixando de experimentar alguma coisa.

Esse é um quadro lamentável de nossa sociedade, que esqueceu o amor como compromisso, cumplicidade, parceria, respeito, encantamento, descobrimento e amadurecimento entre duas pessoas. O amor não é apenas um caminho de satisfação, mas de transformação e realização. Creio que para um amor sólido, coerente durável, quando o relacionamento não estiver satisfatório, não é o de mudar de parceiro ou parceira, mas mudar o relacionamento, ceder, reconhecer erros. O grande problema, é que mudar implica admitir erros, se expor, abrir o coração, reconhecer que nem sempre se está certo.

A nossa sociedade vive iludida, carecendo de gente que viva relacionamentos de "amor sólido" para que conheça a verdade e seja liberta de sua ilusão."

Pr. Roque Carvalho
 
 
 
Para mim, fica claro que essas relações imediatas não se atêm apenas ao advento da internet, e sim às vivências por completo, tendo ênfase, claro, nessa nova modalidade de busca, a internet que, se reforça mais livre de qualquer "prisão" aparente. Em um dos meus trabalhos artísticos ("IMPESSOAIS")  eu buscava o entendimento dessas relações, isso ainda me interessa diretamente (profissional e peossoalmente), e dentro de minha linha de pesquisa o que pondera são as buscas mais profundas que, deduzo acabarem em superficialidades pela falta de tolerância e entendimento. Na verdade, as buscas de fato.
Parece que a vida tornou-se uma eterna busca pelo outro onde se encontra apenas insatisfação, as pessoas buscam a perfeição sem entender que as relações são construções, edificações demoradas. A contemporaneidade trás consigo seguidores frustrados e curtidores anestesiados, e o que se compartilha... Momentos, apenas momentos! 
 
 
Para quem quiser ler um pouco mais, clique aqui!
 
 

MOHAU MODISAKENG

 


   
 
 
 
 








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PRAÇA DA MISÉRIA


Foto: Tilde Santos



A Praça do Campo Grande é o centro de uma abrangência de cultural, chamada inicialmente de Campo de São Pedro, a praça foi palco de conflitos, combates que sucederam pela Independência da Bahia. A praça, era cortada ao meio por um vale, e no final do séc. XIX, no governo de Rodrigue Lima, a praça foi modificada com monumentos trazidos da França, que é a atual configuração que apresenta, onde evoca os heróis que lutaram pela Independência da Bahia.

Em 1980, a praça novamente serve de palco para batalhas campais. Estudantes contestam o aumento das passagens de ônibus, que acabaram sendo reprimidos por tropas Militares a mando do então governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães (o ACM, como toda a Bahia conhece). A partir disso, a praça passa as ser um símbolo de reinvindicações populares, como a ocorrida 10 anos depois com a passeada do “Fora Collor” que tomou proporções gigantescas.

A praça ainda guarda árvores centenárias, e ainda permanece o seu ar bucólico de uma época. É o centro que liga bairros tidos como elitizados de Salvador, o Vale do Canela, o Canela,  a ligação com a Avenida Sete de Setembro, o chamado Corredor da Vitória e abrange colégios e centros culturais importantes, como o Teatro Villa Velha e o Teatro Castro Alvez, o TCA.
 

Foto: Tilde Santos


Foto: Tilde Santos
 
 
Foto: Tilde Santos


Bom, a Praça do Campo Grande e é para mim, assim como para muitas pessoas, um símbolo de abrangências e expressões artísticas, além da calmaria e cenário de encontros amistosos. Durante a faculdade tive encontros com amigos, ao violão e discussões estéticas, filosóficas, artísticas. Para muitas pessoas isso ainda acontece ainda que de forma grotesca, para outras ficam também apenas lembranças. O cenário mudou e a calmaria virou um grande descuido e perigo. A praça passou por reformas, e sofreu algumas modificações em prol de sua conservação, porém nos últimos 3 (três) anos o cenário mudou de bucólico para catastrófico, lamentável.


Foto: Tilde Santos
 
A Praça sendo feita de banheiro público. Perto do lago que não mais possui os peixes que tinha, todos morreram asfixiados por uma bactéria, SUJEIRA!!!
 
 
Um grande amigo ao fazeruma pesquisa para um trabalho de seu curso de psicologia construiu um texto a respeito de seu choque e lembranças da Praça em um contexto específico, assim como toda a cidade que parece estar falida em termos de cuidados. O que ele diz de uma forma poética. é a impressão da maioria das pessoas que não podem mais usufruir de um local com tantas representações e histórias em combinação com a vivência cotidiana do Centro Histórico de Salvador.


“Eu costumava reconhecer esse lugar antes mesmo que os meus olhos o pudessem fazer. Tanto pela brisa leve e pura oriunda das diversas árvores que existiam ao redor deste largo, quanto pelo gorjear do pequeno pardal que bailava e cirandava para lá e para cá com o vento que acariciava suas asas. Eu costumava sentar em um velho banco de madeira sob a sombra de uma dessas árvores frondosas do largo com um livro em mãos e me deliciava aos poucos com a paz que preenchia minha alma tal qual a plenitude de estar nos braços da pessoa amada. Eu costumava ver crianças a brincar no centro deste espaço arquitetônico com seus brinquedos, amigos e jogos de imaginação sob o olhar acalentador de seus pais. Meu olhar naquele momento era de desejo. Desejo de poder um dia acalentar meu filho com o mesmo olhar maravilhado, orgulhoso e sereno no meio dessa praça. Eu costumava vir até aqui ver os meus amigos, jogar uma entusiasmada partida de dominó, ouvir boa música no meu pequeno rádio à pilha, ver os velhinhos jogando pipoca aos pombos causando aquela revoada tão bela e elogiar num olhar as belas moças que passavam a caminhar por este lugar. Eu costumava ver a minha praça com alegria, costumava vê-la sem miséria, havia me acostumado a vislumbrá-la com aquela vontade de torná-la integrante de mim. O costume era ver estranhos cuidando deste lar público com o mesmo afago que eu expusera como agradecimento dos bons momentos tão meus que pude aqui viver. E não por coincidência o que desejo para esta praça é exatamente o mesmo que desejo para o amor. Cuidado, carinho e respeito de quem comigo viver.”

Foto: George Barbosa


Foto: George Barbosa


“Caribé não deve ter imaginado que suas grades tão exuberantes fariam parte da prisão sem muros que rodeia nossa cidade. A miséria. Que aprisiona o sonho de tantas famílias que em simples imagens já é capaz de chocar. Imagine-se a conversar com estas famílias. Terás uma idéia então do que é uma vida pobre de graças. O descaso com os patrimônios público, culturais e históricos andam paralelamente com o desdém que se faz do nosso povo. O retrato de uma praça não difere tanto da imagem de um hospital público. Pessoas ao chão, espaço com o aspecto pesado e quase escuro trazendo um “ar” de morte que deveria estar bem longe de tal lugar. A praça hoje tem mais víeis para movimentos de protestos do quê o lazer de fato. Nas poucas praças onde há manifestações artísticas os cidadãos deixam de ir por motivos da segurança falida de nossa cidade. Caos cultural. Praças em Salvador- Bahia, um retrato da desordem pública.”



 

Texto de Geo Barbo, pesquisador e estudante de Psicologia da Ruy Barbosa

Nem sentar, papear, levar nossas câmeras para fotografar, não podemos mais nos reunir com amigos para discutir a apresentar manifestações culturais e oferecer ao público cativo que lá transita, e simples tarefa de atravessar a Praça tornou-se um ato perigoso. O que antes era cultura e desfrute, agora virou medo, nojo e lamento social.
 
Foto: George Barbosa
 
 
Fica a pergunta, será que alguém ("Netinho") dará jeito?