quinta-feira, 11 de agosto de 2011

*Encontro*



O que me faz bem é ter quem me faça bem sempre perto, mas isso não implica a uma breve distância lógica, uma distância em horas, minutos, milésimos de segundos. Mas em uma distância rítmica, ilógica sim, confusa de tão clara e sutil de tão direta.

E seu balançar se fazem desajeitado, confuso e pesado.
Seu canto rouco me alcança, me agride e isso é bom.
Agride doce, suave... Agride
Desafino errôneo
O idiota doce, de tão sábio que se faz bôbo.

Cabelos propositadamente desalinhados
Joelhos encontrados e andar bucólico
Assim se faz
Andar desnudo

Faz-se perto, presente
Por amor
Delicadamente dramático
Poético
Poético a lá Clarice, ale Gregório
Lucidamente ébrio
Trêmulo nas palavras tão decididas

O que guarda ainda a sua inocência
Inocente
Lindo
Vivo
Terno

Um livro. Um lindo livro de capa macia, bem trabalhada com ternas e cores de fogo.
Que diz o não dito, que ilustra o que não se é ilustrado.
Finas folhas alternando com grossas letras
Letras garrafais e desorganizadas
Não o levo no bolso
Nem cabe na cabeceira
Mas voa em meu peito
Marca minha alma.



À Lordello
*

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