segunda-feira, 23 de abril de 2012

Como se dedilhasse um coração


De fato me arrebata
Não me nega, afirma
Nem empata, ou impede
E rompe com tamanha rasura um fio extenso de imensa aglomeração de bem
De bom, de bem e bom
Demasiadamente simplório
Freneticamente borbulhante
Genericamente original de si mesmo, porém, não inédito
Vívido, ávido, impávido
Retrospectivo sem guardar rancor
Nos cantos se nutre, os agarra e puxa mudando a geometria
Alarga, arredonda, transforma
Dedilhador de corações, renomeador de situações
De fato arrebatador
De fato arredondado pela generosidade
Encantador nos detalhes
Suave de obsceno grotesco
Sensualmente, entregue
Conversor de mim
Conversor de tudo em si
Amor d’eu
Incólume.






À Rodrigo Azevedo

domingo, 22 de abril de 2012

Movimento, expressão, sentimento e mais algumas coisinhas...

Acontecimentos, produções e afins...

A tempos eu não faço um post, a tempos eu não escrevo (pelo menos não para um artigo do blog) e isso não por ócio ou falta de vontade, mas por uma questão de intensas atividades e conseqüentemente falta de tempo.

No verão eu participei de uma Residência Artística no Recôncavo Baiano na cidade de Cachoeira, e desde então tenho produzido. A residência foi uma experiência das mais ricas artística, socialmente e no lado pessoal, claro. Desde o processo criativo às dificuldades e recompensas de se viver agrupado com pessoas desconhecidas (ou pouco conhecidas) e de culturas diferenciadas. Contexto para “rendições” posteriores, histórias curiosas e vívidas.

Ainda com impressões de tudo vivido na residência eu passei a produzir, desenhando, continuei com as projeções estéticas e análises partindo para a prática de trabalhos que tomarão corpo e vida (assim espero). E partindo da mesma linha humanista a que tenho me dedicado e debruçado em pesquisas, sobretudo as vivências sejam pessoais ou em termos de observação. Acompanhamento contínuos de histórias, casos, causos e fatos.

Em meus desenhos há a exploração dos sentimentos através de movimentos de corpos levemente desconstruídos e resignificados de acordo com as minhas impressões (releituras), é também a utilização de texturas e cores que somam à dramaticidade e composição das imagens. Desde contornos marcados á traços simplificados e lineares cabeludos de expressão vívida a que tanto eu me apego, não quero limitar o meu traço a ponto de perder a expressividade.

Eu não posso dizer que já produzo arte com excelência (é difícil se auto-avaliar), e realmente eu incansavelmente quero aprender mais, portanto, não me considero uma exímia produtora de arte. Mas tenho me esforçado para me ater nos aprendizados. Eu não tenho dúvidas de que a melhor forma de ser bom no que se faz é aprender com quem já sabe e principalmente com quem vive. O que seria, então, melhor matéria-prima para um artista do que as pessoas em sua época e com suas sapiências? E é disso que tenho tanto me alimentado, sem desprezar é claro as atividades e repasses de informações acadêmicas.

Prévia de produção:








*Falarei mais detalhadamente da residência e de como a minha vida acadêmica tem se desenrolado e do que mais ando produzindo e pesquisando.