“Mas não é menos verdade que mutilamos a realidade do amor
quando a separamos de toda a sua irrealidade”.
Gaston Bachelard
Gêmeos - Grafite sobre papel/ arte digital
Fagulha de um amor perfeito, o teu.
Exageradamente lindo, demasiadamente admirável,
irremediavelmente perfeito. O amor perfeito, a confusão do torto que se manifesta
no pobre diabo, deleta suas profecias, arrebata a razão e cozinha fazendo de
papa o cardiopata social, deixando dissimulado aos olhos do enamorado o fio do
primoroso platonismo. Pedinchando um pouco da atenção, se arrasta feito lesma,
espera notícias, implora respostas. Magoa-se, refaz-se, torna magoar-se e das
pancadas tira seu sustento. Lamento, restando um pouco da dignidade tenta o
desdenhe, temendo o afastamento completo, provoca contato. O corpo falha abranda,
a mente afrouxa, o peito se fecha, sem resposta segue. Ou cada fagulha se torna
uma esperança, ou cada ausência torna-se farpa, amarga, pungente. Segue, porém,
fica. Até que um dia, vencido, renuncia, por amor. Sempre por amor, o teu.
Aspas para citações que não lhes pertence, apenas para elas
ou para referências suas dentro de um determinado tempo e contexto. Aspas para
identificar que não é você, que não são suas as palavras, frases ou textos.
Aspas, para não ser você!
O que nos difere, então, seriam aspas?
'" Somos sempre um entre aspas", como diria Picasso'!
"Você ? Você é um olho com uma cor bem exótica.
Poderia ser só um olho, mas um olho só observa...
E um olho com uma cor bem exótica além de observar, também é admirado."
JL
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