Vejo a diversidade acontecendo de certa forma pela afirmação
mais do que pertinente e merecida das comunidades negras. A descriminação
racial está longe de acabar e os ideais de afirmação combatem cada vez mais as
atitudes racistas, porém para afirmar de um lado, desafirma-se, do outro, é o
preço que se paga.
Negros buscam seu espaço de igualdade desde que o Brasil ainda
nem era de fato Brasil, e não tem como esquecer o que de ruim foi passado historicamente,
em fatos cruéis e desumanos. Embora, por consciência desse mesmo sofrimento de
desigualdade sofrido, negros (nçao gosto dessa forma referida, mas é uma questão
de explicação formal) são abrangentes e libertos na maneira de pensar e encarar
as diferenças humanas, independente de sua natureza.
Lindo mesmo é ver a mistura que de fato temos com a
predominância de quem é de direito pela raça ser farta, somos 98% negros. Brasileiros
preconceituosos negam o que lhes é pertencente por uma questão genética e
cultural, no ponto da total irracionalidade diante de sua própria ignorância.
Casais plurais são mais vistos hoje em dia, sem a preocupação
de origens raciais, sem predeterminações de separação por cor, como deve ser.
Negros tomam seus rumos com mais liberdade e direito, ocupam cargos de
importância e responsabilidade, bem como acontece com as mulheres atualmente. E
o dia de hoje (08 de Maio, Dia Internacional da Mulher) me faz lembrar essas
conquistas. Porém, como eu disse no inicio, para uma afirmação, uma contraposição.
Mulheres e homens negros preferem se relacionar com pessoas
de sua mesma origem, por uma questão de identificação nessa afirmação, creio
eu. Mas, me pergunto, ainda que desafirmar para afirmar, não seria aí um
retrocesso, já que misturar é viver?
Por uma questão de identificação, eu sempre me relacionei com
pessoas negras, mas não por uma identificação de cor e sim de caráter e modo de
ver a vida, e pontos de vista, humor aflorado, e inteligência ímpar. Muito embora a melanina que me falta por uma
questão de acidente genético (piada), eu, encontro na mistura de minha pele com
uma “cor de jambo”.
Não entendo superioridade ou inferioridade de raças, sob quaisquer
aspectos, porém, confesso que por uma questão de inclinação cultural os negros
são mais agradáveis, inteligentes e competentes, além de amáveis e lindamente
delicados, porém, fortes como guerreiros e guerreiras(reafirmo que não se trata
de inferioridade racial ou superioridade). Confesso ainda que me vejo como uma
mulher negra, mas com resquícios de uma mancha de mistura. De fato essa mistura
existe, meus traços confirmam isso e a árvore genealógica familiar reforça. E quem não as tem (mistura – diversidade)?
Me pergunto, por ser uma mulher farta fisicamente, gordinha
ou GG (como rotulam atualmente) eu devo me relacionar apenas com pessoas do
mesmo estereótipo? Ideal nazista?
Lindo mesmo de ver é as pessoas sendo “julgadas” por suas
condutas, suas atitudes em relação ao outro, seu caráter e ética, princípios,
feitos e revoluções. Até lá, negros se defenderão, brancos atacarão e os mistos
como eu, serão o meio de tudo isso.
Feliz dia Internacional de Todo Mundo!!!
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