quinta-feira, 14 de março de 2013

O CAMINHO DO TIGRE - poema transcrito de um folheto (aparentemente) religioso - Dia da Poesia.



Dia estranho, pessoas estranhas, surpresas mais estranhas ainda. Retirei esse poema de um folheto que me foi dado por uma senhora no meio da rua. Depois de algumas frases ditas, pediu que eu lê-se com atenção, assim eu o fiz. Confesso que me atrai o poema, achei profundo, meio pragmático, mas... Lembra algumas de minhas quase poesias, resolvi publicar!


Perder-se em meio aos próprios delírios felinos

Eis seu erro

Não por, não poder haver delírio

Por se perder nele

Barco sem comandante se perde em meio ao mar

Sem rumo certo

Sem certo rumo

Sem pata de tigre pra ajustar a balança

Sem prole abençoada por ventre escolhido

Sem a balança

Sem os quatro

Vazio e instável

Instável como um errante e pobre ébrio

Seu erro?

Simples erro

Escolhas

Cegueira

Pior que perder o rumo é retroceder

Sim, retroceder

Retrocedeu

Perdeu a estrada em que havia firmado a sua própria profecia

Perdeu e perdeu-se

Errante, mil vezes errante

Causado por cegueira

Perdeu-se na paixão das palavras morenas

Na febre morena de longas cabeleiras e palavras sedutoras

Perdeu ouro, perdeu a farpa macia e farta

Perdeu-se pelos próprios delírios de não saber identificar os delírios semelhantes

Cegou-se pela vaidade

Achou-se apenas na dor

Na decepção por se sim, errante

E errará

Continuará a perder

Até que retome o barco

O farto e gentil

Preparado como prato de farta refeição ao gentil animal de duas cores

Preto e branco

Prato de intelecto expressivo, feminilidade incomum, e certezas disfarçadas de duvidosas indagações.

Refaça-se

E retome a sí, o comando dos próprios delírios.

Poderá, então, o errante ser novamente...

O Comandante de seus próprios devaneios proféticos

Delírios verdade

Da pata e da justiça

Do equilíbrio

Do bom

E do

Mau
 
 
 

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