Se me viu fazer as coisas das quais eu mais gosto, me
conhece.
Se viu todos os meus tipos de sorrisos, do mais escancarado
ao mais tímido, me conhece
Se me viu fazer caretas, acordar de mau (bom) humor, rir com
as irmãs, beijar a testa dos pais ou reclamar com o dog como uma felícia, me
conhece.
Se um dia eu cozinhei para você, se descobriu meu tempero,
se cantei perto e desafinada, me conhece.
Se me viu confusa como qualquer mortal, porém sempre
questionadora, se me ouviu falar de arte, se me ouviu destrinchar a nossa
política e falar de ideais sociais, sim, me conhece.
Das loucuras filosóficas às mais simplórias, sim, você me
conhece.
Sem desprezar os momentos em que eu te envergonhei, irritei,
ou magoei por amar, querer proteger, ou achar que sabia demais em um momento
descuidado da vida.
Viver é mais erro que acerto. Negar é também afirmar pela
incerteza. Recuso-me então a dizer o que te faz equilibrar, te faz organizar ou
fará feliz uma vez que também eu posso não saber quem de fato ainda é você.
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